“Vede minhas mãos e meus pés; sou eu mesmo!” (Lc 24,39)
Para despertar a fé dos discípulos, Jesus não lhes
pede que olhem Seu rosto, mas suas mãos e pés. Quer que vejam suas feridas de
crucificado; que tenham sempre diante dos olhos seu amor entregue até a morte.
Não é um fantasma: “Sou eu
mesmo!”. O mesmo
que conheceram, seguiram e amaram pelos caminhos da Galiléia.
Olhando as mãos de Jesus, os discípulos faziam
“memória” das mãos que curavam os doentes, cuidavam dos frágeis, elevavam os
caídos, abençoavam e acariciavam as crianças, acolhiam os pecadores e pobres...
Na oração: Na vivência pascal tomamos consciência de que nossas
“feridas”, com seus incômodos e adversidades, são a mediação
através da qual Deus “entra” em nossa vida e nos conduz a um conhecimento mais
real, mais vivo e profundo do sentido de nossa própria existência. É através da
integração das feridas que recebemos uma iluminação nova que nos capacita a
“ordenar” a Deus todas as coisas e re-orientar para Ele toda nossa vida. Então,
cresce a consciência que o mesmo Deus encontra mais facilidade de “entrar” em nossa
vida através dos fracassos, feridas, fragilidades...