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Cartas de itaici


“Sentir e saborear internamente” a experiência de Deus

Como você pode aproveitar um texto das Escrituras para exercitar-se a partir dele? Como pode dar um roteiro para que a pessoa que faz os Exercícios prepare a cada dia o seu assunto de oração? Como pode ajudá-la a “sentir e saborear internamente” na oração e na vida?


Que tal começar pelos “preâmbulos”, os passos iniciais que permitem fazer um bom “aquecimento”, evitando “distensões” e “fraturas”?


1º Pense num breve exercício de pacificação. Por exemplo: de pé, no “seu cantinho de oração”, por um breve tempo, olhos cerrados ou fixos numa imagem, ou fixos na parte escura da chama de uma vela: firme a atenção no ar — hálito da vida — que vai e vem nas suas narinas. No coração, vá murmurando: “Jesus, Maria…”.


2º Preveja a sua oração preparatória (EE 46). Como exemplo, oferecemos esta, encontrada num “santinho” e inspirada na de Santo Inácio: “Senhor Deus, orientai meus pensamentos, palavras e atos para que todo o meu ser seja expressão da vossa vontade para vossa maior glória. Amém!”.


No final do seu tempo de oração, reserve um tempinho para o colóquio, uma despedida amiga, encerrada com uma oração vocal, dita com carinho e respeito, como o Pai-nosso.


Seria bom introduzir um novo costume na sua oração diária: notar o que foi mais “tocante”, importante… Não esqueça de anotar o que você perceber, mas brevemente! Depois veremos como aproveitar estas singelas e rápidas notas!


EXERCÍCIO:
Para começar a intuir os estados interiores de consolação e desolação
Porque és precioso a meus olhos,
porque eu te aprecio e te amo!
Isaías 43,4


Acalmo-me! Dou-me tempo num lugar tranquilo. Tomo uma posição que ajude. Dou-me conta do que se passa em mim.


Escuto os sons de fora. Os ruídos que ferem os ouvidos, os barulhos da rua e da casa. Os sons que alegram e fazem bem.


Ouço os sons de dentro: o ar que inspiro e expiro; o pulsar do coração; o próprio silêncio. Deixo o silêncio falar-me.


Estou diante de Deus. Nada tenho de fazer ou produzir. Posso, simplesmente, estar na presença dele!


Então, o que pedirei aqui?


Peço-te, Deus da Vida, a graça de aceitar o teu amor gratuito por mim; a graça de sentir-me acolhido(a) no oceano do teu amor por mim e pela humanidade.


Quando estou em bom “estado de ânimo”, é fácil sentir-me amado(a) por Deus. Neste “clima” posso recordar:


Situações nas quais percebi o meu valor e senti-me amado(a). Então, louvar e agradecer a ajuda!


Quando não estou em boa disposição de ânimo, quando me sinto desolado(a), abandonado(a), desvalorizado(a), consigo ainda acreditar no amor e rezar na fé?


Posso, num terceiro momento, ir repetindo esta declaração de amor de Deus por mim: “Porque és precioso[a] a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo!” (Is 43,4). Vou com calma, atento(a) às repercussões e ressonâncias em mim…


Será muito bom levá-lo comigo decorado, repetindo ao longo do dia, dando um ritmo novo às minhas ações e passando bondade às minhas atitudes.


À noite, vou perguntar-me como vivi “sentir-me amado(a)”, isto é, como percebi o meu valor, a minha dignidade de criatura humana, como dei-me conta da providência do Pai Santo nas horas do dia.

Texto retirado do livro Cristo "Mais conhecer, para mais amar e servir!" - Edições Loyola - 2010
Autores: Maria Fátima Maldaner, SND / Pe. R. Paiva, SJ