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Cartas de itaici


Princípio e Fundamento da Vida Humana (2) (EE23)

O ser humano é criado para louvar, reverenciar e servir
a Deus nosso Senhor e, assim, salvar-se…
(EE 23)

Ora, Ele deu chance ao barro de ser gente, e à gente deu chance de ser filho(a) d’Ele! Criou-nos com amor e sensibilidade. Quem se descobre criado por um amor que se debruça sobre o que pensaríamos ser frágil, barato, sem valor — barro! — e o valoriza, modelando com arte e gosto, certamente vai sentir contentamento, carinho, afeto, amor.

O filho que se descobre tão amado, como não falará bem do seu Pai? “Falar bem” é a expressão de quem “quer bem” e valoriza. Falar bem é louvar. O louvor é a expressão de quem “fica de bem” com a vida e tem um bom olhar sobre Quem lhe deu a vida. Isto é bom, é vida!

Um filho que fala bem do seu Pai facilmente e com gosto o escuta, acata, quer saber a opinião dele, confere com ele as suas inclinações e avalia o resultado das suas decisões. Ele acata o seu Pai. O acatamento é gêmeo do louvor. Ambos nascem da experiência de amor. Em particular deste Amor que tudo crê, tudo espera, tudo perdoa, Amor de um Pai que se “disfarça” de oleiro para revelar a sua ternura e a imensa confiança que tem em nós, maior do que nós mesmos conseguimos ter. É uma alegria rara!

Um filho que acata o seu Pai tem um enorme coração para cooperar com ele, para se colocar ao seu dispor, ao seu serviço. O amor para valer é serviçal. Quem ama faz questão de servir. E serve prazerosamente, como aquela menina de 15 anos que, reunindo os amigos e parentes no dia do aniversário, ao entrar na sala com um belo bolo nas mãos, murmurou, de passagem, para uma sua tia, enquanto os olhos brilhavam alegres: “Fui eu mesma que fiz!”. É bom saber fazer, oferecer, servir. É um prazer!

Somos feitos para viver não mesquinhamente, mas com generosidade, com abundância. É ótimo sermos criados para o louvor, o acatamento e o serviço, para tanta vida, pelo Deus da Vida, nosso tão bom Criador!

Temos “mil razões para viver”. Por isto, dom Helder, um especialista nestas razões, escreveu:

Não poupes tua vida!
Se não tiveres tábua
a jogar nas águas,
sê, tu mesmo, tábua viva
para os náufragos, teus irmãos.


E  X  E  R  C  Í  C  I  O  :
“O senhor chamou-me desde o meu nascimento!”(Is 49,1)

Acalmo-me. Faço calar dentro de mim palavras e pensamentos. Tomo consciência dos sons ao meu redor… Os mais próximos, os mais distantes; os mais agradáveis, os menos agradáveis… Tento perceber as sensações do corpo: Sinto cansaço? Dor? Paz?… E a minha respiração? Calma? Agitada? Respiro várias vezes. Profundamente. Inspirando ar puro, inspiro vida, dom do Deus da Vida. Expirando, vou entregando-me a este Deus da Vida. Procuro sentir a sua paz, repousando na presença d’Ele, que inunda todo o meu ser.

Rezo! Nesta paz, peço a graça de acreditar plenamente no amor de Deus Criador por mim, chamando-me à existência. Com os olhos da imaginação, vejo-me sendo tecido por suas Mãos nas entranhas da minha mãe (Sl 138[9], 13). A partir das Escrituras, posso alimentar esta fé que me chama à vida:

O Senhor me chamou desde o meu nascimento, ainda no seio de minha mãe. Ele me chamou pelo meu nome! (Is 49,1).

Logo: eu não fui inventado(a) por mim mesmo(a)! Fui feito(a) por Alguém, que desde toda a eternidade pensou em mim! Não estou neste mundo por acaso!

Eis que estás gravado[a] na palma de minha mão! (Is 49,16).

Vou deixando que estes versículos passem e repassem pela minha mente várias vezes, deixando-me tocar até nascer a convicção de fé no coração: sou amado(a) e por isso chamado(a) à vida!

Num colóquio final, digo a Ele o que me ocorrer. Rezo o Pai-nosso.

Lembrete: anote aquilo que lhe parece importante para o seu caminho na fé.

Texto retirado do livro Cristo "Mais conhecer, para mais amar e servir!" - Edições Loyola - 2010
Autores: Maria Fátima Maldaner, SND / Pe. R. Paiva, SJ