A oração do “exame geral” proposta nos Exercícios Espirituais pode ser bem aproveitada em comum: seja por um grupo, por uma comunidade ou por uma família.
Convivemos. Trabalhamos juntos. Então, que tal estarmos nós, como grupo, família ou comunidade, unidos na revisão do ano? Ajudando-nos a estar conscientes da presença de Deus, depois de um breve exercício de pacificação, podemos começar. Por onde? Pelos benefícios, pelas bênçãos, promessas e esperanças que o amor de Deus concedeu ao grupo, à congregação ou comunidade, à família e aos seus membros… Sem pressa de ir adiante, recordar o ano, mês após mês, “colecionando” tudo de positivo e bom que pudermos lembrar, e agradecendo ao Pai, cujo presente maior, Jesus, o Filho Eterno, nos preparamos para acolher, sempre de novo, a cada Natal.
Com os corações abertos a esta Caridade incansável, incondicional, sem exigências nem cobranças, vamos adiante! Mês por mês, pensemos em como nos ferimos, nos desgostamos ou nos atrapalhamos entre nós… Ou como o fizemos aos outros…
Então, vai ser uma boa hora para partilharmos os desejos, que Ele nos dá, de reconciliação, de sermos melhores, de não desistirmos de experimentar como é bom ser bom!
Temos alguma intuição, alguma inspiração que nos ajude a ir adiante? Algum bom propósito inspirado? Que tal partilhar de coração aberto e mãos desarmadas? Terminemos com nossos “colóquios” francos, de amigos ao Amigo, o Pai-nosso, um canto a Maria… Deus é mais!
E X E R C Í
C I O :
Examinemo-nos!
Deixemo-nos introduzir. Acolhamo-nos uns aos outros! Cada pessoa da família, do grupo, da comunidade… O ambiente deve estar preparado: uma vela, uma flor, um galho verde, outro seco… Alguns “frutos” para enfeitar o galho na hora certa…
Um momento de silêncio, de recolhimento, um dedilhar de violão ou uma música de fundo…
Observar o ambiente criado e convidar cada um a imaginar uma longa estrada. Nós a tomamos, quem sabe, em 1º de janeiro… Já estamos, por exemplo, chegando de novo ao Advento…
Desde janeiro, então, temos percorrido esta estrada. Damo-nos conta de que foi um longo trecho… Como “as virgens sensatas” do Evangelho (Mt 25,1-13), ouvimos a voz: “O Esposo vai chegar!”. Ele merece ver as lâmpadas acesas, encontrar a casa arrumada, a árvore do quintal dando frutos.
A partir da nossa verdade interior, com o coração agradecido, repassamos os meses, os dias, os momentos de graça do Senhor, dos benefícios materiais e espirituais, tanto para cada pessoa como para o grupo. São bênçãos do Pai das Luzes, que sempre trabalha por nós! É bom dar nomes aos “frutos” da árvore, frutos viçosos de vida de “Reino”: “Louvado sejas, meu Senhor!”. É hora de enfeitar o galho verde do nosso modesto “cenário”.
Deixemos o Espírito orar em nós, no silêncio do nosso ser… Invoquemos sua luz para perceber melhor a estrada percorrida. Há um galho seco à nossa frente. O que ele recorda a cada um de nós? O que ele me recorda? Quais os tropeços, atalhos, frustrações quanto a nossos sonhos, esperanças e propostas para o ano que vai findando?
Vamos ouvindo, acolhendo, em oração, o que for partilhado e expresso. É hora de reconhecer o bem realizado, o bem omitido. De dar-nos conta das fraquezas, das dificuldades, das faltas, das limitações pessoais e de grupo, na família… É hora de pedir perdão aos irmãos, a Deus…
A característica do discípulo de Jesus é dar e receber o perdão. Assim, deixe nascer a paz, a esperança de prosseguir no caminho reto do Ano-Novo! Rezemos ou cantemos o “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”! Amém!
Texto retirado do livro Cristo "Mais conhecer, para mais amar e servir!" - Edições Loyola - 2010
Autores: Maria Fátima Maldaner, SND / Pe. R. Paiva, SJ